Publicado em: 26/01/2016

Referente à questão do abastecimento de milho aos pequenos suinocultores do estado, diante da alta do preço do produto


Representando a classe dos suinocultores do Paraná, a Associação Paranaense de Suinocultores (APS) demonstra, através desta Nota Oficial, sua preocupação quanto ao problema da alta do preço do milho e da falta de oferta do produto, o que coincide, para agravar ainda mais a situação, com outra fase de baixa no preço ofertado pelo suíno vivo. A soma desses fatores tem sido traumática e causado estragos por vezes irreparáveis ao suinocultor!


Diante disso, a APS já solicitou à Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB/PR, e oficiou o Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, no sentido de que ele reforce o pedido da APS junto à CONAB, para a destinação de ao menos 600 mil toneladas de milho para atender a classe, haja vista a necessidade de ser lançada mão dos estoques do Governo Federal para que o preço se regularize e o abastecimento se restabeleça, atendendo as cadeias produtivas de proteína animal. Como se sabe, o milho é o principal insumo na composição da ração de aves e suínos, mas as lavouras do Paraná não conseguem abastecer todo o consumo do estado.


As classes dos criadores de suínos e aves estão mobilizadas em torno de uma solução para o problema, antes que ele se agrave ainda mais. É preciso, urgentemente, proteger o produtor, incluindo os Produtores Independentes, e reverter, o mais breve possível, o quadro que se instala mais uma vez no Brasil, evitando-se chegar ao estado de coisas, por exemplo, registrado no ano de 2012.


Nota-se que o Governo Federal pouco consegue fazer, de concreto, para solucionar a questão de abastecimento do País, e as medidas adotadas não significam a solução definitiva ao problema, que se repete e prejudica especialmente quem está na ponta final, o produtor de suínos, que é afetado mais uma vez por esta situação.


A persistir este quadro de coisas, com grandes chances de se agravar, caso nada seja feito, além dos pequenos e médios produtores, também os pequenos e médios frigoríficos abandonarão a atividade e fecharão seus negócios, causando grande desemprego na área rural e nas cidades onde estão instalados. E ao se persistir esta situação pelos próximos 30/40 dias, num curto espaço de tempo somente as grandes indústrias terão suínos em suas plantas!


Embora o mercado de grãos esteja muito bem fortalecido, a união dos suinocultores em busca de uma solução, envolvendo autoridades e organismos do setor, é uma alternativa a ser adotada, imediatamente!


No Paraná, o quadro é o seguinte: o milho, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, fechou a semana passada com uma valorização de 3,23%, com a saca do grão a R$ 32,00. Em Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 43,00. Mais uma vez, as cotações encontram sustentação na valorização cambial. Enquanto isso, a semana começa com o suíno vivo sendo comercializado a R$ 3,00 o kg, ou até menos do que isso, e o milho continua em alta, nos R$ 40,00 a saca.


Como resultado, na Suinocultura e na Avicultura, haverá desemprego, assim como na indústria, com insolvência de criadores e quebradeira de empresas sendo os efeitos mais temíveis, caso a crise não seja contornada.


Por fim, é preciso evitar a repetição do superencarecimento do milho verificado em 2011/12, quando milhares de criadores de suínos e aves quebraram e dezenas de agroindústrias fecharam, ou foram incorporadas aos grandes grupos econômicos. Isso não pode se repetir, agravando ainda mais a situação da economia vivenciada no Brasil, no atual momento! Nesses termos, a APS pede apoio das autoridades e mobilização das lideranças do setor!



ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE SUINOCULTORES – APS


Curitiba, Paraná, 26/01/2016


 

NOTA OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE SUINOCULTORES - APS