Publicado em: 25/05/2015

A APS e o Sindicarnes Paraná entendem que o fim da vacinação contra aftosa, ao elevar o status sanitário do Paraná, trará enormes benefícios para os criadores de suínos do estado

A Associação Paranaense dos Suinocultores (APS) se posiciona favorável à suspensão das campanhas de vacinação contra febre aftosa no Paraná, que é uma tendência mundial, pois permite acesso a novos mercados e com maior valor agregado. Essa posição defendida pela associação que representa os criadores de suínos do estado é reforçada pelo Sindicarnes Paraná. Ambas as entidades defenderão a medida na segunda Audiência Pública da Assembleia Legislativa do Estado, marcada para o dia 1º de junho, a partir das 9 horas, no plenarinho da Assembleia, em Curitiba.


VANTAGENS


A APS e o Sindicarnes Paraná entendem que a suspensão da vacinação contra aftosa, que deve ser adotada pelo Governo do Estado, através da Seab e Adapar, ao elevar o status sanitário do Paraná, trará enormes benefícios para os criadores de suínos do estado. As vantagens para a suinocultura do Paraná serão múltiplas, dentre as quais podem ser destacadas as seguintes:


- acesso a novos mercados no exterior, que pagam melhor pela carne suína. Exemplos: Japão (que paga o dobro que a Rússia pela tonelada de carne suína), China, Indonésia, Estados Unidos, Coreia do Sul e México. Nesse ponto, vale destacar que com o fim da vacinação o Paraná terá condições de acessar cerca de 70 por cento dos países compradores que hoje não podem comprar do estado, justamente em razão do atual status sanitário, e que os mercados atualmente acessados praticam preços bem inferiores, ou seja, são mercados secundários;


- os novos projetos de expansão da cadeia da suinocultura no Paraná estão aguardando a conquista do novo status sanitário, já que a questão sanitária é, e será cada vez mais, um diferencial para os consumidores. Nesse aspecto, vale destacar que o novo frigorífico instalado na região Sul do Paraná, fruto de investimentos das cooperativas Capal, Batavo e Castrolanda, já está abatendo 1.400 suínos/dia e deve chegar a 4 mil animais abatidos por dia, e que para a região Oeste está projetada construção, até o ano que vem, de um novo frigorífico da Frimesa, em Assis Chateaubriand, que será a maior planta industrial da América Latina, com capacidade para abater 14 mil suínos/dia quando concluído. Isso fomentará sobremaneia a suinocultura na terceira maior região produtora de carne suína do Brasil, que é o Paraná e dará suporte às exportações brasileiras dessa proteína animal;


- o risco é controlado e o ganho econômico é certeiro. A barreira externa criada pela aftosa é basicamente uma barreira econômica. Ao se tornar uma área livre sem vacinação, não se compromete o plantel brasileiro e torna possível acessar mercados mais importantes, que exigem a criação de áreas livres porque a vacinação indica que ainda há circulação do vírus. Ou seja, os riscos são pequenos e o ganho econômico é maior, pois os produtos passam a valer mais;


- a medida não causará falta de carne ou de vacina, em caso de reincidência da doença. A legislação da OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) prevê que animais das áreas com vacinação possam entrar nas áreas sem vacinação, desde que seja para abate. Então, não há risco de déficit nos frigoríficos. Sobre as vacinas, o Brasil tem um parque industrial que pode produzir 600 milhões de doses por ano, mas só consome cerca de 330 milhões. Se ocorrer alguma fatalidade terá vacinas tranquilamente.


VIGILÂNCIA REFORÇADA


O Governo do Paraná acaba de investir nas 23 barreiras fixas da sua Agência estadual de defesa agropecuária, a Adapar, e também de nomear mais 169 fiscais, reforçando a equipe de fiscalização do estado. Num primeiro momento, as duas medidas se enquadram no processo que visa buscar o reconhecimento do Paraná pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), como zona livre de Peste Suína Clássica (PSC), o que acaba por contemplar, também, a questão da aftosa, reforçando o fim da vacinação no território paranaense.


Mesmo que nas divisas internacionais a questão de fiscalização esteja a cargo do governo federal, através do MAPA, o fato de o Paraná fazer divisa com o Paraguai não deve preocupar, já que o vizinho país melhorou muito no controle e tem apoiado intensamente outros países, alocando técnicos e disponibilizando recursos. De modo geral, a situação em relação aos vizinhos do Brasil é tranquila.


A defesa do fim da vacinação contra a febre aftosa, junto com o reconhecimento do Paraná como zona livre da PSC se baseiam em um ponto simples: o preço do suíno vivo no estado é menor que outros da Federação devido às restrições sanitárias, sendo que os prejuízos, especialmente da febre aftosa, recaem diretamente sobre a suinocultura. E esse quadro deve mudar, assim como já acontece com Santa Catarina, que há 8 anos exporta com melhores preços porque é área livre de aftosa sem vacinação.


(Fonte: APS)


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