Publicado em: 08/06/2015

A associação reuniu representantes da Imprensa da região de Toledo, onde se concentra grande parte da suinocultura do estado, para expor a posição da entidade, que defende o fim da vacinação contra a Febre Aftosa no Paraná

A Associação Paranaense dos Suinocultores (APS) reuniu representantes da Imprensa da região de Toledo, onde se concentra grande parte da suinocultura do estado, para expor a posição da entidade, que defende o fim da vacinação contra a Febre Aftosa no Paraná. A entidade entende que essa medida, que elevará o status sanitário paranaense, trará enormes benefícios para os mais de 130 mil criadores de suínos do estado.

“A APS vê a suspensão das campanhas de vacinação contra Aftosa como uma tendência mundial, e as regiões que ainda mantém a vacinação em breve também estarão lutando para que seja suspensa a vacinação”, disse aos jornalistas, o vice-presidente Administrativo da APS, Gilberto Antônio Minosso.


Benefícios


Em sua explanação, Minosso relacionou alguns dos benefícios que o sistema da suinocultura do Paraná terá, caso o Estado, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) e da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) adotem a medida.

Dentre os benefícios, o diretor da APS destacou o acesso a novos mercados, com melhor preço. “O Paraná terá acesso a novos mercados que praticam melhores preços. Isso agregará valor à atividade”, disse, ao mencionar exemplos de países que pagam mais pela carne suína de regiões livres de aftosa sem vacinação, dentre os quais estão os Estados Unidos, China, Coreia do Sul, México, Indonésia e o Japão, sendo que o mercado japonês pago até o dobro do preço atual recebido da Rússia.

“Com o fim da vacinação o Paraná terá condições de acessar cerca de 70 por cento dos países compradores que hoje não compram do estado em razão do atual status sanitário, sendo que os mercados atualmente acessados praticam preços bem inferiores, ou seja, são mercados secundários”, ressaltou Minosso.

Outra vantagem citada por ele está o foto de que os novos investimentos, como a construção de novos frigoríficos no Paraná, aguardam pela elevação do status sanitário do estado, o que expandirá a atividade no Paraná, já que a questão sanitária é cada vez mais um diferencial para os consumidores.

Minosso lembrou o investimento feito por cooperativas da região Sul do Paraná, que em sua fase inicial já está abatendo 1.400 suínos/dia e deve chegar a 4 mil animais/dia. “Na região Oeste, a Frimesa construirá, até 2016, um novo frigorífico que será a maior planta industrial da América Latina, com capacidade para abater 14 mil suínos/dia quando concluído. Isso fomentará sobremaneia a suinocultura na terceira maior região produtora de carne suína do Brasil, que é o Paraná, e dará suporte às exportações brasileiras dessa proteína animal”, informou ele.


Planteis protegidos


Outra questão citada pelo diretor da APS foi que a área livre sem vacinação não expõe os planteis e nem os compromete, e que o ganho econômico, com o acesso a novos mercados, é certo. “Ou seja, os riscos são pequenos e o ganho econômico é grande”, sublinhou.

Na opinião da entidade estadual que representa a classe dos criadores de suínos a suspensão da vacinação contra Aftosa não causará falta de carne ou de vacina, em caso de reincidência da doença. Isso porque a legislação da OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) prevê que animais das áreas com vacinação podem entrar nas áreas sem vacinação, desde que seja para abate. Portanto, não há risco de déficit nos frigoríficos. E sobre as vacinas, vale ressaltar que o Brasil tem um parque industrial que pode produzir 600 milhões de doses por ano, mas só consome cerca de 330 milhões. Se ocorrer alguma fatalidade, o país terá vacinas tranquilamente.

Sendo o setor que mais emprega no meio rural, pois para cada lote de 80 matrizes é necessário uma família morando no interior para cuidar dos animais, a repercussão no campo social da medida é muito ampla, isso sem falar nos milhares de empregos gerados na transformação da carne, pelas indústrias. “Com o incremento nas exportações, a geração de novos empregos e renda à população é uma vantagem imediata no campo social”, destacou Minosso.

Por fim, o vice-presidente da APS lembrou que o Governo do Paraná acaba de investir nas 23 barreiras fixas da sua agência estadual de defesa agropecuária, a Adapar, e também de nomear mais 169 fiscais, reforçando a equipe de fiscalização do estado. “Estas duas medidas se enquadram no processo que visa buscar o reconhecimento do Paraná pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), como zona livre de Peste Suína Clássica (PSC) e contemplam, também, a questão da Aftosa, permitindo o fim da vacinação no Paraná”.



NÚMEROS DA SUINOCULTURA DO PARANÁ


PRODUTORES


São cerca de 130.000 produtores. Desse total, 31 são produtores comerciais, sendo a maioria produtor integrado às indústrias. O número de produtores ocasionais, ou seja, para consumo de subsistência, supera os 100.000.


EMPREGOS


A atividade gera em torno de 200 mil empregos diretos e 300 mil indiretos. E neste ponto está a principal vantagem do incremento do setor, que é o que mais gera empregos no meio rural.


MATRIZES


No Paraná tem um plantel de 5 milhões e 800 mil matrizes. São 335 mil matrizes (fêmeas) para fins comerciais e outras 70 mil fêmeas para subsistência das famílias.


FRIGORÍFICOS


No estado há 22 frigoríficos com SIF (Serviço de Inspeção federal) e 55 frigoríficos com SIP (Serviço de Inspeção Estadual). Isso dá uma ideia de quantos empregos são gerados pela suinocultura na área da agroindústria, com ampla repercussão social.


EXPORTAÇÕES


513.283 toneladas (U$S 1.353.086,134). No primeiro semestre de 2014 o volume foi de 234.073 toneladas (U$S 696.540.922).


ABATE


O Paraná abate por ano cerca de 7 milhões de suínos. Parte da carne é exportada e parte consumida no Brasil. O preço da tonelada exportada atualmente está em US$ 2.700, sendo que se o Paraná se tornar área livre da PSC e da Aftosa sem vacinação, esse valor sobe para até US$ 6.000.

AFTOSA: APS reúne imprensa e expõe posição adotada pelo sistema contra vacinação